O que é?

O cancro do colo do útero tem sempre na sua origem a infeção pelo Papilomavírus Humano (HPV) de alto risco. Este vírus transmite-se facilmente, por simples contacto sexual. É uma infeção muito frequente – 75% dos indivíduos com menos de 50 anos têm ou tiveram a infeção.

Qualquer pessoa pode ser infetada. Não são necessários comportamentos de risco.

A infeção desaparece espontaneamente na maioria dos casos. Não é possível determinar quando persiste e evolui para uma lesão pré-cancerosa (displasia leve/CIN I/lesão de baixo grau; displasia moderada ou grave/CIN II ou III/lesão de alto grau).

Se as lesões deste tipo não forem diagnosticadas e tratadas em tempo útil, podem progredir para cancro, ao fim de alguns anos (10 em média) e, só então, podem dar sintomas.

Todas as mulheres estão sujeitas à infeção pelo HPV após o início da sua atividade sexual.

Quais são aquelas em quem a infeção desaparece e quais em quem persiste e pode evoluir para cancro? Em rigor, não sabemos. Todas as mulheres são suscetíveis. Tudo depende do(s) tipo(s) de vírus infetante(s) e das defesas naturais da mulher.

Como se previne?

A melhor proteção é associar a vacinação ao rastreio. Existem diferentes abordagens ao rastreio. Podem ser usados como metódos de rastreio a citologia convencional, a citologia em meio líquido e o teste de HPV ou associação dos dois últimos*.

Em Portugal, a vacina nonavalente tem potencial para prevenir 97% dos casos de cancro do colo do útero.

*A idade e o estado de vacinação da mulher podem condicionar o método de rastreio escolhido.

Como se deteta?

Perante uma citologia anormal, poderá ser feita uma colposcopia, isto é, o colo deve ser observado com auxílio de um colposcópio.
Este exame permite verificar se a mulher tem alguma lesão no colo do útero. A biopsia (retirar um pequeno fragmento de tecido) pode ser necessária para determinar que lesão está presente e ponderar o melhor tratamento.

Quais os sintomas?

As fases iniciais do cancro não dão qualquer sinal ou sintoma. Quando o tumor se desenvolve, vai expandir-se progressivamente e nessa altura podem surgir sintomas. Pode aparecer perda de sangue durante as relações sexuais ou corrimento abundante com ou sem sangue, mas de cheiro intenso, seguidas de perdas de sangue espontâneas. Mais tarde podem surgir dores e outras alterações, consoante as estruturas atingidas.